segunda-feira, 25 de julho de 2011

Open to Midnight


Realizador: Lo Kim Wah
País: Taiwan
Ano: 2011
Elenco: Pang Yu Man, Ha Yue Kiu, Lee Wai

Esta pequena odisseia pessoal que iniciei há dias atrás rege-se sobre poucos princípios. Dentro da abundante lista de filmes que só serão apreciados por expatriados asiáticos, resolvi demonstrar grande abertura tendo apenas posto de lado as inumeráveis comédias românticas do tipo Drama (Telenovela). Esse julgamento é principalmente feito com base nos cartazes bastante identificáveis de tais produções. No caso de Open to Midnight, quis pegar no filme que me parecia menos atractivo pela sua aparente falta de orçamento ou estereótipos identificáveis. Nada me preparava para esta comédia romântica terrorífica.

Antes de mais, este filme é mau. Por mau entendemos um nível que não associamos geralmente ao cinema ou sequer ao género que associamos às excentricidades “virilistas” de um domingo de TVI. Não meus amigos, este nível de infame é bem maior e como tal é necessário que as próximas palavras sejam postas em perspectiva: Dentro do género da novela descerebrada taiwanesa, Open to Midnight é mau.  

O filme conta a história de um jovem casal que resolve instalar-se na casa de um avô falecido algures numa aldeia perdida. Tal como o seu falecido vovô, Hai, o rapaz do casal, é fotógrafo e decide por isso renovar o negócio. O que os nossos dois amigos citadinos não suspeitavam é que a casa e a aldeia são assombradas por um grupo de fantasmas castiços. A coabitação pacífica torna-se problemática quando um vilão promotor imobiliário, de blaser rosa choque, resolve comprar a aldeia para a reconstruir.

O elenco é previsivelmente composto por pseudo vedetas que não apresentarei (actores de telenovela/cantores/maquinas publicitarias) e corresponde a todos os critérios de “qualidade” de tal produção. O rapaz apresenta um impressionante capacete capilar e uma articulação que desafia o rapaz de “is this real life”, a rapariga histérica chora todas as suas frases, o casal de fantasmas (comic relief) contracena com um peso que envergonharia o Batatoon e o triangulo amoroso acaba num nirvana de lamechice daqueles que fariam crescer pelos nos tomates do Nicholas Sparks.

Dentro das suas singularidades, o filme choca principalmente pela sua câmara cocainómana que não recua perante qualquer plano e transita de cena em cena a uma velocidade que faria passar o Michael Bay por Manoel de Oliveira.

Se o filme se tivesse contentado no seu registo humorístico e assumidamente infantil a coisa poderia ter sido… normal dentro do género. Infelizmente era sem contar os 20 minutos finais e o seu ultra-romantismo delirante e completamente assumido (parte mais assustadora do filme).

Não posso com certeza recomendar este filme. Os masoquistas antropólogos -que eu bem conheço- poderão ter talvez aqui algo para dissecar.

Nota: 0,5/6 


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