quarta-feira, 27 de julho de 2011

Detective K: Secret of Virtuous Widow


Realizador: Seok-Yun Kim
País: Coreia do Sul
Ano: 2011
Elenco: Myung-min Kim, Dal-su Oh, Ji-min Han, Jae-yong Lee

Hoje em dia a “Sétima arte” consiste menos na exultação de uma mente criativa do que de uma encomenda oportunista de um gabinete de investidores. Depois de visionar o trailer, Dectective K não parece fazer qualquer mistério sobre as suas inspirações e quase podemos ouvir através da banda sonora plagiada, o conjunto de produtores jubilar com a ideia de uma versão coreana da adaptação de Sherlock Holmes por Guy Ritchie. O gimmick era mais do que apetecível e a aposta parecia promissora.

Em 1793 o poder real Coreano é flagelado pela fuga aos impostos (As coisas boas nunca mudam). Para perseguir os culpados, o rei contrata o primeiro detective da história, um homem à lógica e perícia sem falha conhecido como Detective K. Pensando ter resolvido mais um caso, o Sherlock Holmes Coreano é vítima de um complô que envolve off-shores mediáveis, tráfego de arte falsificado e genocídio religioso. É com a ajuda de um sem abrigo domador de cães que K procura inocentar-se e encontrar os verdadeiros culpados.

O “filme pipocas” não é um género ao qual estou necessariamente alérgico. Tendo nascido na década de 80, sou naturalmente seduzido por aquelas aventuras familiares reminiscentes das produções comerciais da altura. Infelizmente, Detective K aproxima-se mais do comercialismo de um Tomb Raider do que o de um Indiana Jones.

Apesar de algumas boas ideias e de uma produção de qualidade, o filme sofre pelo seu humor pesado e o seu moralismo saloio por vezes particularmente intrigante no que se refere à sua obsessão com o Cristianismo. Os saudosistas do Confucionismo podem poupar a sua banda larga, o filme coloca no Cristianismo todas as virtudes da sociedade moderna, democrática e igualitária. Esse elemento poderá distrair alguns mas esse acaba por não ser o centro do problema.

Quem aprecia narrativas policiais valoriza particularmente a lógica e criatividade que conseguem esconder até aos últimos momentos todos os mistérios do filme. Detective K falha redondamente esse objectivo e desenvolve lógicas confusas e arbitrarias para servir uma intriga extremamente previsível. Esse problema torna o filme demasiado aborrecido para cumprir a sua função essencial: entreter. O humor infantil tanto agrada como cansa e nós faz pensar mais no Inspector Gadget do que no héroi de Conan Doyle. Sem ser uma tortura, a energia do princípio do filme perde-se rapidamente e abandona o espectador num mar de indiferença.

Os actores são o ponto positivo do filme e nota-se claramente o esforço de cada um para dinamizar o perfil da sua personagem e amplificar a qualidade das peripécias. O esforço poderia ter feito um bom episódio de 40 minutos mas nunca um filme de 2 horas.

Em conclusão, Detective K: Secret of Virtuous Widow é um filme intermédio que se mastiga sem entusiasmo e se tecla com um “Meh”. Esperemos que a sequela profetizada no final do filme seja capaz de fazer honra ao potencial carismático do Detective K.

Nota: 3/6


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