segunda-feira, 24 de maio de 2010

Back to Pink


Regresso finalmente às minhas metralhadoras após um exilo cibernético pelas terras áridas do jornalismo “videolúdico”. 
Uma experiencia sem dúvida enriquecedora que acabou como começou: de repente. Incapaz de explicar os motivos que provocaram a minha expulsão, acabei por encarar o meu “licenciamento” como uma nova oportunidade para repensar a minha dádiva ao espaço virtual. Com efeito, apesar de uma forte actividade e um compromisso quotidiano particularmente exigente, senti muito depressa que o meu conteúdo não estava a ser lido e que a minha participação limitava-se a traduzir notícias e semear galerias de imagens e vídeos. Perante uma comunidade composta por um punhal de 20 leitores e de 500 caçadores de passatempos, a corrida para o sucesso tornou-se uma quimera colectiva que alimentava o nosso ninho de pessimismos, invejas e hipocrisias… O conteúdo esse ficava de fora por motivos naturais: falta de tempo e apoio. 
É dentro deste universo que mergulhei durante meio ano na pequena aldeia da internet “.pt”, uma aldeia tão desastrada como os bairros sociais de um país da ex união soviética e que só sobrevive com a ajuda dos lusófonos de sotaque alegre. Os portugueses encaram a internet como um espaço meta nacional onde não existe nem orgulho nem interesse em cultivar um fragmento virtual lusitano. Embora o Anime e os videojogos beneficiam actualmente de uma penetração nunca antes vista nos lares portugueses, a nova geração demora absolutamente impermeável à necessidade de comunicar ou informar-se sobre esses mesmos temas. Os fóruns andam às moscas e os poucos que se interessam em conteúdo irão buscar a informação nos poderosos organismos estrangeiros. Os novos fãs contentam-se em jogar e consumir… 
Palavras para quê? Só mesmo para alimentar os clubismos que levantam em poucos minutos uma chuva de comentários. De resto a internet é para a maioria apenas uma ferramenta avançada de petiscos visuais que permite, com os Hi5 e outros facebook ,“micar gajas bem boas” que tiram fotografias na casa de banho em ângulos descendentes que começam por olhos carregados de Eyeliner  e acabam no decote de uma miúda de 13 anos que vive o seu narcisismo adolescente emulando as capas da Maxmen… Os basofas agradecem. 
No fundo tudo se resume a narcisismos e é precisamente para egoistamente faire ce qu’il me plait (Pimba! Citação em francês!) que regresso às minhas anónimas metralhadoras cor de medo para continuar as minhas experimentações.
O blog vai a partir de agora alargar os temas e formatos, acrescentado ao pior da actualidade mediática criticas e reflexões relativas ao mundo da música, cinema e videojogos… Uma salva de tiros para este regresso! Eu disparo, ouço e aprecio: Sou Rei do meu próprio espaço.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Site Meter